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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O Senhor Comentador acha que o sistema judicial parece uma piada

Paulo Pedroso colocou uma acção cível contra o Estado por ter ficado cinco meses em prisão preventiva. Pede oitocentos mil euros de indemnização. A testemunha-chave neste processo é o juiz Rui Teixeira, que, na altura, dirigia o processo da Casa Pia e deu a ordem de detenção de Pedroso. O Conselho Superior da Magistratura deliberou que Rui Teixeira ainda deve respeitar o “dever de reserva”, que é o nome queque para o popular e mal tratado “segredo de justiça”. Se bem percebi o imbróglio, a pessoa que pode provar que foi justa ou injusta a prisão preventiva daquele ex-dirigente do PS e fazer com que o Estado pague ou não os oitocentos mil euros é a única pessoa que está proibida de falar. Suponho que tanto os juízes como os advogados de Pedroso estudaram, ou deviam ter estudado na escola, que uma acção contra um processo judicial obrigaria sempre a revelar o tal segredo de justiça. Estão a ver que não saímos daqui tão cedo? A pomposidade judicial, tão ridícula que é, parece infantil. Faz-me lembrar aquela piada muito antiga em que um homem encontra um amigo e lhe pergunta:
- Onde vais?
- Ao cinema.
- O que vais ver?
- Quo vadis.
- O que é que isso quer dizer?
- Onde vais?
- Ao cinema.
- O que vais ver?
- Quo vadis.
- O que é que isso quer dizer?
- Onde vais?
- Ao cinema…
E assim por diante até que os advogados de defesa ou os procuradores se cansem de contar a história. Fora isso, está tudo bem.

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