Ontem foi chumbada a moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda. Para Francisco Louçã, dirigente do partido, isto foi uma surpresa. Uma fonte anónima contou-me que, na manhã de ontem, os cálculos feitos davam como garantida uma esmagadora vitória na votação. Só era preciso convencerem o PSD e o CDS e esperar que Manuel Alegre e os seus seguidores também votassem a favor da moção. Obviamente, para isso, devia haver certas condições particulares. O Francisco devia estar eloquente e convincente. Não seria difícil, pois o líder do Bloco é conhecido pelos seus dotes oratórios. No entanto, na reunião que teve com a comissão directiva, os deputados do Bloco, assessores e conselheiros, no táxi que os levava para a Assembleia, confidenciou que era fundamental que Santana Lopes e Paulo Portas ouvissem bem o seu discurso. "Temos de impedir que a direita ligue os Ipod enquanto falo, se não parte da nossa estratégia pode ir por água abaixo". Fazenda e Drago responderam que eles próprios tratariam disso. "Pena que a Joana Amaral não esteja presente, ela conseguia desligar aquelas maquinetas", murmurou um assessor enquanto pagava ao taxista. Ana Drago fez de conta que não ouviu. "Já Ligaram ao Manuel Alegre? Olhem que às vezes ele dorme até tarde", perguntou o Francisco, preocupado. "O Sá Fernandes trata disso logo a seguir a denunciar uma nova tentativa de corrupção", afirmou um dos deputados que carregava as pastas dos outros membros da comissão directiva. A minha fonte anónima, que também estava no táxi, disse-me que o optimismo reinava. Infelizmente a direita não desligou os Ipod e Manuel Alegre não foi à Assembleia e, inesperadamente, o partido socialista chumbou a moção de censura.
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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.
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