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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O Senhor Comentador explica a linguagem subtil da ASAE: o Asaense

António Nunes foi à Assembleia da República a uma audição na comissão parlamentar de assuntos económicos. Todos sabemos que António Nunes é o muito visível chefe da ASAE. Mas alguém sabe o que é uma comissão parlamentar? Pelo que vimos Nunes respondeu às perguntas feitas pelos deputados e, pelo meio, tanto uns como outros fizeram declarações. À primeira vista, uma audição com uma comissão parlamentar é como uma conferência de imprensa sem jornalistas a fazer perguntas. Mas se virmos mais atentamente, observamos que as perguntas feitas pelos deputados são as mesmas que já tinham sido feitas pelos já mencionados jornalistas. Então, podia-se pensar que de facto é uma conferência de imprensa. Errado. A diferença está na interpretação das respostas. Se, por exemplo, António Nunes afirma a um jornalista que deviam fechar pelo menos 50% dos restaurantes em Portugal, o jornalista se falasse Asaense devia ter publicado que 50% dos restaurantes portugueses deviam modernizar-se. Por outro lado, se António Nunes disse aos deputados que o 50% dos restaurantes portugueses devem modernizar-se, os deputados que têm traquejo neste assunto de audições e que dominam o idioma Asaense, percebem perfeitamente que é inevitável que 50% dos restaurantes em Portugal devem fechar. É uma questão de linguagem. É por isso que os políticos deviam só dar entrevistas aos políticos e os jornalistas deviam aprender línguas na Assembleia.

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