Quando li no El País que França, Portugal, Reino Unido e Espanha estavam sob ameaça de um atentado terrorista, senti um arrepio. Nós incluídos no meio de nomes tão famosos! Finalmente conseguimos fazer parte do mapa internacional! Nos últimos anos só por duas vezes deram por nós. A primeira vez foi quando, antes da invasão ao Iraque, fomos anfitriões nos Açores. Mas essa não conta porque fomos apenas uma espécie de alcoviteiros numa festa onde Bush, Blair e Aznar fizeram a festa e nós só emprestámos a casa. A segunda ve, aconteceu há pouco tempo com o Tratado de Lisboa, mas também não conta porque a festa foi organizada pela Alemanha, França e pelo resto. Embora quem mais se tenha divertido tenham sido aqueles gémeos que mandam ali na Polónia. Enfim, nós só pagámos os copos. Também não conta. Agora estar na lista de alvos do terrorismo internacional, já é outra história. Tem pinta. Estava eu a pensar quais podiam ser os alvos tipo: a Torre de Belém por causa do seu conteúdo simbólico, o estádio do Benfica, pelo seu passado também simbólico, ou a colecção Berardo no Centro Cultural de Belém, que, simbolicamente, até nos dava jeito que a bombardeassem, quando, ao fim do dia, falou Sócrates. E, mais uma vez, fomos tranquilizados pelo nosso primeiro-ministro. Não há motivo para alarme, embora o terrorismo seja um fenómeno sério nos dias que correm, não há justificação para preocupações nem para medidas especiais. E lá se foi o nosso estatuto de alvo internacional. Mais uma vez, a voz da razão tirou-nos qualquer mania das grandezas que podia germinar nas nossas cabeças. Falso alarme. Ninguém nos liga. Fora isso, está tudo bem.
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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.
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