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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O Senhor Comentador reparou que a independência do Kosovo pode não ser uma má ideia

Enquanto aguardamos a recuperação de Ramos Horta, a independência do Kosovo foi a grande notícia internacional. Sabemos que tudo o que venha dessas paragens é normalmente incompreensível. No entanto, de uma coisa estamos certos: ninguém brinca nos Balcãs. Mas deixo para outro dia as análises possíveis das carnificinas prováveis. Para já, falemos do efeito dominó. Este efeito não tem nada que ver com o jogo propriamente dito. O dominó é um jogo pacífico, muito parecido com a palavra aborrecimento. Mas quando falam do “efeito”, os analistas fazem referência a essa mania de alinhar as pecinhas de um modo que quando caia uma esta faça cair a outra e assim sucessivamente. Isto é aquilo a que se chama uma "expressão metafórica". A ideia, neste caso, é a de que o Kosovo, ao tornar-se independente, outros pequenos estados podem seguir o exemplo, ou a queda, para continuarmos literalmente com o tal efeito dominó. Fiquem sossegados que Alberto João Jardim já disse que não está interessado em dominizar à Madeira. Mas imaginemos que outros povos queiram jogar ao dominó. Sem ir mais longe, os países bascos. Talvez também a Catalunha queira participar no jogo e fazer a sua própria kosovada. E com uma ajudinha, até os galegos podem gostar da ideia. Não vamos pôr de parte os andaluzes cuja costa jeitosa até dava um belo principado. Enfim, julgo que o panorama ibérico se podia tornar muito interessante com uma kosovação geral. E, finalmente, com uma Espanha kosovada, nós podíamos recuperar a Avenida da Liberdade e fazer do Corte Inglês um enorme Conde Barão. Fora isso, tudo bem.

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