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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Senhor Comentador propõe uma medida radical nunca antes imaginada

Corre por aí um grande chinfrim com a notícia de que Santana Lopes prestou assistência jurídica à Globalia, empresa vencedora do concurso de privatização de serviços aos passageiros da TAP. Eu só peço calma ao povo. Este episódio não se enquadra na descrição de delito de corrupção. Nem sequer é uma infracção a algum código que por aí ande. É apenas uma confusa derivação daquele famoso ditado que diz que não basta à mulher de César ser honesta, deve também aparentá-lo. E bem, Santana não aparenta é isso não é nada bem visto. Contudo, a ira popular não deve ser dirigida para o rapaz. Se existe um problema, o problema está no que aquele saudoso presidente do Sporting denunciava repetidamente: o sistema. Neste caso, nem sequer é um caso. O ex-primeiro-ministro apenas aceitou o que qualquer desempregado aceita: um tacho. Tacho este que até me atrevo a descrever como um pequeno tacho comparado com os grandes tachões que sabemos que outros ex-governantes aceitaram e, em muitos casos, até mais suspeitos. Atenção que não estou a defender o criminoso por o crime ser menor. Gostaria simplesmente de lembrar o meu querido povo que na realidade não há crime nenhum e até acredito não há criminosos nem grandes nem pequenos. E esse é o problema. Os buracos da muito mencionada, mas nunca bem esclarecida, lei das incompatibilidades são maiores do que o do ozono ou mais do que alguma mente tortuosa e esburacada possa imaginar. Não linchemos ninguém que isso não se faz. O que devemos fazer, agora que está na moda, é falar com um advogado. Com um bocado de sorte, conseguimos pôr uma providência cautelar à Assembleia da República. Fora isso, tudo bem.

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