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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O Senhor Comentador percebe a indignação dos dois Sócrates ante a manifestação dos professores

O secretário-geral do Partido Socialista, José Sócrates, reuniu-se com mais de cem professores socialistas na sede do Partido Socialista. Mas foi o primeiro-ministro José Sócrates a comentar que não governa para obter simpatias nem para o benefício de uma corporação. Até aqui tudo bem. Já temos maturidade democrática suficiente para perceber que é natural que qualquer político a partir de certa idade, ou quando fizer parte do governo, tenha dupla personalidade. Na rua estavam umas dezenas de professores aparentemente não socialistas a protestar e a vaiar o primeiro-ministro, mas poupando, como é elementar no jogo democrático, Sócrates, o secretário-geral dos socialistas. No entanto, foi o mesmo secretário-geral Sócrates que se insurgiu contra esta manifestação inédita na história, em que militantes de outros partidos se manifestaram numa sede partidária que não fosse a própria. O primeiro-ministro tentou acalmar o secretário-geral do Partido Socialista invocando a liberdade de o povo português se manifestar, mas sem sucesso. Para mim, este incidente é normal. Só não percebi os professores que se forem manifestar. Nenhum deles sabia que organismo sindical ou quem os tinha convocado. Todos tinham recebido um SMS anónimo para se irem manifestar à porta da sede dos socialistas. A minha pergunta é seguinte: alguém pode confiar a educação dos nossos filhos a professores que obedecem a um SMS anónimo? Eu não. Mas fora isso, tudo bem.

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