Os famosos voos da CIA em que se transportavam prisioneiros desde o Afeganistão, o Iraque e outras regiões pacíficas e tolerantes do mundo, estão a tornar-se um problema complexo. Não porque tenham sido realizados com o conhecimento ou a ignorância dos países em que fizeram escala. Parece-me claro que todos sabiam. Não porque se tenham feito com autorização ou sem ela. Quando se está em guerra, há burocracias prescindíveis. Não. A complexidade do problema tem forma de mulher e o seu nome é a deputada pelo partido socialista no Parlamento Europeu, Ana Gomes. Todos conhecem esta senhora de modos doces e voz cristalina e atitude moderada. Estou a ser irónico, claro. Quem ouve as declarações desta deputada fica com os tímpanos desfeitos. Ana Gomes deve ser, entre os políticos, aquela que tem o recorde nacional de indignações por minuto. Quando Sampaio confirmou Santana Lopes, logo depois de Durão Barroso abandonar as suas funções de primeiro-ministro por outro emprego mais bem pago, Ana Gomes acusou o então Presidente de pôr a democracia em perigo. Agora com os tais voos da CIA, para não se zangar com Sócrates, desculpa-o afirmando que o homem está mal informado. Está a brincar: se há uma coisa de que não se pode acusar o primeiro-ministro é de não saber o que acontece a sua volta. Ana Gomes julga que o Partido Socialista está tentar "cilindrá-la", que até se ofereceram para a propor novamente como deputada no Parlamento Europeu caso decidisse calar-se. Sinceramente, julgo que o preço do seu silêncio é demasiado alto. No fim das suas últimas declarações deixa entrever a possibilidade de dedicar a sua energia no poder local. Particularmente em Sintra que onde reside. Acho bem. Peço aos sintrenses que se sacrifiquem pelo bem do País. Fora isso, tudo bem.
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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.
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