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Textos de Carlos Quevedo lidos diariamente pelo actor Vitor Emanuel na Antena Um, antes das sete da tarde.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Senhor Comentador explica as regras de etiqueta às pessoas despejadas

É provável que a moda não seja exclusivo da Moda Lisboa ou do Portugal Fashion. A moda deve ser qualquer coisa como uma atitude contagiosa. Eu explico como cheguei a esta conclusão. Primeiro, foi o bastonário da Ordem dos Advogados a dar pauladas na classe política e noutras classes similares. Depois aparece o novo bastonário da Ordem dos Médicos a dar pauladas por causa do fecho das urgências. Na sexta-feira passada, a Polícia, continuando com o mesmo raciocínio, despejou à bastonada os sócios do Grémio Lisbonense. Estão a ver o fio condutor? Eu só vos digo que os bastões estão em força nesta temporada de Inverno. Claro que este elegante acessório nem a todos fica bem, é preciso ter um certo tipo de porte para ressaltar a beleza natural. Curiosamente, julgo que quem faz uso do bastão deve ter, antes de mais nada, uma certa presença; eu diria mais: alguma autoridade. É por isso que não tenho dúvidas em afirmar que se alguém nasceu para bastonário, essa pessoa se encontra na Polícia. Não quero com isto dizer que as bastonadas dadas no Grémio tenham sido justas ou injustas. Apenas digo que estavam a condizer com a ocasião social em que foram utilizadas. Quando a Polícia aparece com bastões para executar uma ordem de despejo, todos sabemos que eles não têm tempo para socializar. Assim, os protestos dos agremiados lisbonenses a querer dialogar eram totalmente despropositados naquele primeiro encontro, nada aprovados – mas de todo! – pelas mais elementares regras da etiqueta. Daí as bastonadas. Fora isso, tudo bem.

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